De novo et denovo

 

Com toda coragem que há em mim

E toda bagagem que há em ti,

És aquele que amo

E a quem clamo

Quando me perco

Depravo, esqueço, entorpeço.

 

Encontraste-me ardendo em brasas

Queimando e me tornando fuligens ao vento

Sendo levada ao temido desconhecido

Embora conhecido no fim

 

Escutei-te em meio ao caos

E levantei-me com sua voz

Foste meu guia, sim

Assim como eu fui tua

 

Não!

 

És aquele que temo...

Que firo e atormento!

Com toda covardia que há na terra

Com toda dor que há em nós

 

Firo-te por existir

Corto-me por te ferir

Salvaste minha alma

E em troca, rasgo-te a tua!

Não obstante a dor

Voltaste como a primavera

Que sempre retorna

Depois de um intenso inverno

De novo et denovo.

 

Sem porquês aparentes para ficar

E muitos porquês para partir

 

Escutamo-nos há milhas

Sem códigos ou símbolos

Somente com nossas almas

Que se guiam de volta

Mesmo que nossa mente terrena

Afaste nossos corpos de carne

 

Salvamos um ao outro

Não há como negar

Idem, ferimo-nos

Odiamo-nos

Amamo-nos

 

És aquele que amo

Que admiro pela coragem

Que me inspiro pela sabedoria

E por amar-te

Uso de minha arte,

Minha magia à tinta,

Para clamar-te uma última vez

Não por mim, mas por ti

 

 

Vá com a lua

Viva com o sol

Dance ao vento

Esqueça-te de mim

 

Sou o inverno que te fere

A geada que te castiga

O calor que te aqueceu,

Mas que agora

Te queima, consome, atormenta

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